segunda-feira, 11 de outubro de 2010

complexo principal de histocompatibilidade



O complexo principal de histocompatibilidade ou MHC (do inglês major histocompatibility complex) é uma grande região genômica ou família de genes encontrada na maioria dos vertebrados. É a região mais densa de genes do genoma dos mamíferos e possui importante papel no sistema imune, auto-imunidade e no sucesso reprodutivo. As proteínas codificadas pelo MHC são expressas na superfície das células de todos animais com mandíbula, e apresenta tanto antígenos próprios (fragmentos de peptídeos da própria célula) e antígenos externos (fragmentos de microorganismos invasores) para um tipo de leucócito chamado célula Tpatógenos, células infectadas ou com função prejudicada.
que tem a capacidade de matar ou co-ordenar a morte de

MOLÉCULAS MHC DE CLASSE I

As moléculas de classe I são compostas por duas cadeias polipeptídicas: uma codificada pela região BCA e outra (b2-microglobulina) que é codificada em outro cromossomo. O polipeptídio codificado pela região MHC tem cerca 350 amino ácidos é glicosilado, dando um total de 45 kDa de peso molecular. Esse polipeptídio é formado de três domínios chamados alfa 1, alfa 2 e alfa 3. A b2 microglobulina é um polipeptideo de 12 kDa que está associado, de forma não covalente, ao domínio alfa 3. Entre os domínios alfa 1 e alfa 2  se encontra uma região ligada por folha beta pregueada na parte inferior e duas alfa hélices dos lados.
Essa região é capaz de ligar ( via não covalente ) a um peptídeo de aproximadamente 10 amino-ácidos. Esse peptídeo pode ser apresentado a um linfócito T e define o epítopo do antígeno que o linfócito T reconhece.

MOLÉCULA MHC DE CLASSE II

As moléculas de MHC de classe II são compostas por duas cadeias polipeptídicas, ambas codificadas pela região D. Esses polipeptídios  (alfa e beta ) têm cerca de 230 a 240 amino-ácidos, respectivamente, são glicosilados, dando um peso molecular de 33 kDa e 28 kDa.Os dois polipeptídios se dobram em dois domínios separados: a1 e b1 para o polipeptideo a e b1 e b2 para peptídeo b. Entre os domínios a1 e b1 fica uma região similar ao que foi visto para a molécula de class I. Essa região é ligada por folha b pregueada na parte inferior com duas alfa hélices dos lados, capaz de se ligar ( via não covalente ) a um peptídeo de 10 -20 amino-ácidos. Esse peptídeo é apresentado a um linfócito T e define o epitopo que a célula T reconhece.

Anticorpos

Anticorpos (Ac) ou imunoglobulinas (Ig) são glicoproteínas sintetizadas e excretadas por células plasmáticas derivadas dos linfócitos B, os plasmócitos, presentes no plasma, tecidos e secreções que atacam proteínas estranhas ao corpo, chamadas de antígenos, realizando assim a defesa do organismo (imunidade humoral). Depois que o sistema imunológico entra em contato com um antígeno (proveniente de bactérias, fungos, etc.), são produzidos anticorpos específicos contra ele.
Há cinco classes de imunoglobulina com função de anticorpo: IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. Os diferentes tipos se diferenciam pela suas propriedades biológicas, localizações funcionais e habilidade para lidar com diferentes antígenos.
As principais ações dos anticorpos são a neutralização de toxinas, opsonização (recobrimento) de antígenos, destruição celular e fagocitose auxiliada pelo sistema complemento.

Antígeno

Substância que induz a formação de anticorpos porque é reconhecida pelo sistema imune como uma ameaça. Esta substância pode ser estranha (não nativa) proveniente do meio ambiente (como as substâncias químicas), ou formada dentro do organismo (como as toxinas bacterianas ou virais).
 

Seleção Clonal

A seleção clonal envolve a proliferação de células que reconhecem um antígeno específico. Quando um antígeno se liga às poucas células que podem reconhecê-lo, estas são rapidamente induzidas a proliferar e em poucos dias existirá uma quantidade suficiente delas para elaborar uma resposta imune adequada.

Imunidade Inata e Imunidade Adquirida

Imunidade Inata (Linhas iniciais de defesa contra os micróbios)

Consiste de mecanismos que existem antes da infecção, que são capazes de rápidas respostas aos micróbios e que reagem essencialmente do mesmo modo às infecções repetidas.

Componentes principais:Barreiras físicas e químicas, tais como os epitélios e as substâncias antimicrobianas produzidas nas superfícies epiteliais; células fagocíticas e células matadoras naturais (natural killer); proteínas do sangue incluindo os membros do sistema complemento e outros mediadores da inflamação; e proteínas chamadas citocinas, que regulam e coordenam muitas das atividades das células da imunidade inata.

Imunidade Adquirida

Os mecanismos de defesa mais altamente evoluídos são estimulados pela exposição aos agentes infecciosos e aumentam em magnitude e capacidade defensiva em cada exposição sucessiva a um micróbio particular. Pelo fato de que esta forma de imunidade desenvolve-se como uma resposta a infecção e se adapta a ela, é designada imunidade adquirida.

As características que definem a imunidade adquirida são a grande especificidade para as distintas macromoléculas e a capacidade de "lembrar" e responder mais vigorosamente as repetidas exposições ao mesmo micróbio.

Os componentes da imunidade adquirida são os linfócitos e seus produtos. As substâncias estranhas que induzem respostas específicas ou são alvos dessas respostas, são chamados antígenos.

Existem dois tipos de respostas imunes adquiridas, designadas imunidade humoral e imunidade mediada por células,

LiInfócitos

O linfócito é um tipo de leucócito (células sanguíneas brancas ou glóbulos brancos) e são fabricados pelas células-tronco linfóides presentes na medula óssea vermelha. Estas, diferenciam-se em células pré B, que dão origem aos linfócitos B, e pró-timócitos, que dão origem aos linfócitos T.
Constituem uma família de células esféricas, com um diâmetro que varia de 6 a 8 µm, sendo que os linfócitos que possuem esta dimensão são chamados de linfócitos pequenos, os linfócitos T e B. Já no sangue circulante ocorre uma pequena porcentagem de linfócitos maiores, que podem chegar até 18 µm de diâmetro, conhecido também pelo nome de células Natural Killer (NK).
Linfócito T
Em indivíduos saudáveis, os linfócitos representam de 20-30% dos leucócitos sanguíneos. Estas células possuem um papel importante na defesa do organismo, possuindo receptores capazes de identificar os invasores, sendo cada uma possuindo suas particularidades.

Linfócito T

Estas células representam 65-75% dos linfóticos sanguíneos e são formadas no timo, sendo responsáveis pela produção de anticorpos sanguíneos e também pela imunidade celular. No timo, estes linfócitos se diferenciam em células T helper, T supressora e T citotóxica. Os T helper estimulam a transformação dos linfócitos B em plasmócitos. Os linfócitos T supressores inibem a resposta humoral e celular e apressam o término da resposta imunitária. Os linfócitos T citotóxicos agem diretamente sobre as células estranhas e infectadas por vírus, através de dois mecanismos: produção de perforinas (proteínas), que abrem orifícios nas membranas plasmáticas, provocando a lise das células; através da indução das células-alvo a entrarem em apoptose (morte programada).

Linfócitos B

São células provenientes da medula óssea, que penetram nos vasos sanguíneos através de movimentação amebóide, sendo transportados pela circulação até alcançarem os órgãos linfáticos, onde se alojam, com exceção do timo.
Quando estas células são ativadas por antígenos, proliferam e se diferenciam em plasmócitos (células produtoras de anticorpos). As células B representam 5-10% dos linfócitos do sangue. Algumas dessas células não se diferenciam em plasmócitos, dando origem às células B da memória imunitária, que reagem rapidamente a uma segunda exposição ao mesmo antígeno.

Natural Killer

Estas células não apresentam em sua superfície marcadores que são encontrados nas células B, nem os que caracterizam as células T. No sangue circulante, 10-15% dos linfócitos são NK. Estas, por sua vez, atacam as células neoplásicas e células infectadas por vírus sem necessidade de estímulo prévio.

Órgãos do Sistema Imune

Os tecidos e órgãos do sistema imunológico podem ser classificados em primários e secundários. Os primeiros são os principais sítios de desenvolvimento dos linfócitos e os segundos fornecem o ambiente no qual os linfócitos podem interagir entre si, com células acessórias e com antígenos.

É nos órgãos chamados primários é o local em que os linfócitos se diferenciam a partir de células pluripotentes, proliferam e amadurecem em células funcionais e é neles que os linfócitos adquirem seu repertório antígeno-específicos, que permitem sua ação contra tais antígenos, com os quais os organismos se defrontam durante a vida. Neles ocorre ainda seleção das células para tolerância aos auto-antígenos (próprios do organismo), tornando-se capazes de reconhecer somente antígenos estranhos.São representados nos mamíferos pelo timo, onde amadurecem as células T, e pelo fígado e a medula óssea, nos quais amadurecem as células B. O fígado é o local de amadurecimento somente durante a vida fetal.

Os órgãos ditos secundários compreendem o baço, os linfonodos (também denominados nódulos linfáticos), as placas de Peyer, a medula óssea e as tonsilas. As células presentes nesses tecidos secundários tiveram origem nos tecidos primários, migraram pela circulação e atingiram tais tecidos.

Sistema Imunológico

Sistema imunológico, também chamado de sistema imune, é o sistema corporal cuja função primordial consiste em destruir os agentes patogênicos que encontrar. Qualquer agente considerado estranho por um sistema imunológico denomina-se antígeno.

Componentes Consiste de seis componentes principais, dos quais três são diferentes tipos de células, e os outros proteínas solúveis. As três categorias de células imunológicas são: granulócitos, monócitos/macrófagos e linfócitos. Os granulócitos fagocitam os antígenos que penetram no corpo. Os monócitos recebem o nome de macrófagos quando se encontram localizados nos tecidos, fora da circulação sanguínea. Além de também ingerir substâncias estranhas, alteram os antígenos, tornando mais fácil e eficaz a resposta imune dos linfócitos. Há dois tipos principais de linfócitos: os linfócitos B são os responsáveis pela produção dos componentes do soro do sangue chamados imunoglobulinas (imunidade humoral). Os linfócitos T são responsáveis pela imunidade celular; isto é, atacam e destroem diretamente os antígenos. Os três tipos de proteínas que formam parte do sistema imunológico são as imunoglobulinas, as citocinas e as proteínas do complemento. As imunoglobulinas ou anticorpos combinam-se de forma precisa com um tipo específico de antígeno e contribuem para sua eliminação. Algumas citocinas amplificam uma resposta imunológica que está em curso e outras podem suprimir uma resposta imunológica em funcionamento. As proteínas do complemento podem unir-se ao complexo formado pelo anticorpo e antígeno, facilitando a fagocitose pelas células imunológicas.

A resposta imunológica Quando um antígeno, por exemplo uma bactéria, consegue superar a primeira linha de defesa do corpo, por exemplo a pele, encontra-se em primeiro lugar com os granulócitos e os monócitos, sendo neutralizado em parte por anticorpos preexistentes e pelas proteínas do complemento. Em seguida, os linfócitos e os macrófagos interagem no lugar onde a bactéria penetrou, amplificando a resposta imunológica; são sintetizados anticorpos mais específicos e eficazes. Se tudo funcionar, o sistema imunológico supera a bactéria, de modo que a doença fique sob controle. Neste momento, entram em ação mecanismos auto-reguladores supressores que detêm a resposta imunológica; as citocinas têm grande importância neste processo.